Assisti Manchester à Beira-Mar antes da indicação da academia, já imaginando que estaria concorrendo. Agora, a pergunta que deve ser feita é o porquê de eu não parar de pensar no filme, após a indicação. Trata-se de um ótimo filme mas com um roteiro não muito inovador e também sem qualquer inovação artística. Não é um musical que homenageia nada e também não é uma história que levou vinte anos sendo planejada. É por conta própria, o único filme indicado que parece não ter sido feito para concorrer ao Oscar. Kenneth Lonergan é sim um bom diretor (embora não seja um aclamado diretor e tão pouco o favorito de alguém) e sabe contar muito bem uma história. A narrativa é perfeita, mas o seu mérito principal é a direção de atores e é sobre isso que o filme se monta.
O mérito do filme não se trata do enredo que ocorre, mas sim, da reação dos que sofrem o peso disso, suas personalidades conflitantes e suas atitudes até mesmo exageradas. Casey Affleck (irmão de Ben Affleck) vive um homem traumatizado por fantasmas passados, tendo de tomar conta de seu sobrinho após o falecimento de seu irmão. Há momentos em que seu personagem, Lee, simplesmente começa a socar tudo a seu redor. Um destaque é uma cena na delegacia, em que Lee enfrenta seu maior erro e tenta se punir. Porém, apesar de parecer uma boa atuação, não vemos nada além de um homem confuso, muitas vezes parecendo até sem expressão.
O mérito do filme não se trata do enredo que ocorre, mas sim, da reação dos que sofrem o peso disso, suas personalidades conflitantes e suas atitudes até mesmo exageradas. Casey Affleck (irmão de Ben Affleck) vive um homem traumatizado por fantasmas passados, tendo de tomar conta de seu sobrinho após o falecimento de seu irmão. Há momentos em que seu personagem, Lee, simplesmente começa a socar tudo a seu redor. Um destaque é uma cena na delegacia, em que Lee enfrenta seu maior erro e tenta se punir. Porém, apesar de parecer uma boa atuação, não vemos nada além de um homem confuso, muitas vezes parecendo até sem expressão.
Já
Michele Wlliams, também indicada ao Oscar pelo papel, vive bem sua personagem, porém não há nada que justifique tal indicação. Muito menos a de Meryl Streep por Florence. Ao menos, não no mesmo ano com duas atuações memoráveis da Amy Adams - que segue sem indicação.
O destaque do filme se dá ao jovem estreante, Lucas Hedges, que atua muito bem como um jovem que acabou de perder seu pai e está prestes a perder seu futuro. Sua indicação provavelmente se deve a uma cena bastante Oscar tape, onde seu personagem começa a ter uma reação de crise.
O que me faz refletir é que dentre todos os indicados, Manchester à Beira-Mar foi um filme feito sem pretenção de indicação ao Oscar. O filme está em cartaz desde o festival de Sundance, sobrevivendo até o festival de Toronto e ressuscitando vitoriosamente para o Oscar. Trata-se de um filme bonito e intrigante. Um drama que faz você querer entrar na tela do cinema e tentar ajudar a todos personagens, ou até mesmo dar conselhos a Lee.
Provavelmente Casey Affleck levará o Oscar de melhor ator.